Ministério da Saúde diz que não há evidência do ''Mal da Vaca Louca'' em hemoderivados

27/09/2004 - 18h47

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Ministério da Saúde informou hoje, por meio de nota, que não há evidência de que lotes de hemoderivados importados da Inglaterra com a proteína chamada príon que causa o "Mal da Vaca Louca" tenham entrado no Brasil.

De acordo com a nota, desde 1998 - ano marcado pelo surgimento do "Mal da Vaca Louca" na Inglaterra - o Brasil compra hemoderivados desse país com restrição de doadores. Isso significa que o Brasil só importa hemoderivados ingleses se, comprovadamente, forem produzidos a partir de plasma importado dos Estados Unidos e de outras nações. O Ministério da Saúde, no entanto, está promovendo investigação para detectar se esse lote contaminado entrou no Brasil por outra porta, que não a da importação feita pela Coordenação de Sangue e Hemoderivados do ministério.

Leia abaixo a íntegra da nota:

"Com relação à suspeita de que tenham entrado no Brasil lotes de hemoderivados importados da Inglaterra, contaminados com o vírus que causa a doença Creutzfeldt-Jakob, mais conhecida como o Mal da Vaca Louca, o Ministério da Saúde esclarece:

Não há nenhuma evidência de que os lotes contaminados tenham entrado no Brasil.

A Embaixada Britânica informou à Coordenação de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, na última quinta-feira (23), que o produto Replenine VF 500 (fator IX), lote FJM 4437, exportado pela empresa inglesa Bio Products Laboratory (BPL) em novembro de 1995, foi preparado com plasma sangüíneo obtido de doadores que, posteriormente à doação, desenvolveram a forma variante do Mal da Vaca Louca.

Levantamento realizado pela Coordenação de Sangue e Hemoderivados mostra que a primeira compra de fator IX efetuada pelo Ministério da Saúde da empresa BPL data do ano de 1999.

Como medida preventiva em relação à contaminação de hemoderivados com o vírus que causa a doença de Creutzfeldt-Jakob, desde 1998, ano marcado pelo surgimento do Mal da Vaca Louca na Inglaterra, o Brasil compra hemoderivados desse país com restrição de doadores. Isto implica que o Brasil só importa hemoderivados ingleses se, comprovadamente, forem produzidos a partir de plasma importado dos Estados Unidos e outras nações.

O Ministério da Saúde, no entanto, está desenvolvendo investigação para detectar se esse lote de fator IX entrou no Brasil por outra porta, que não a da importação realizada por esse órgão.

Com relação aos lotes de Vigam (imunoglobulina) de 20/01/1997, 14/03/1997 e 05/01/1998, também suspeitos de contaminação com o vírus causador do chamado Mal da Vaca Louca, o Ministério da Saúde também já está investigando se esses medicamentos deram entrada no País. Tendo em vista que a compra de imunoglobulina é realizada diretamente pelos Estados e só depois ressarcida pelo Ministério da Saúde".