Enfrentamos uma cruzada pelo voto consciente, afirma secretário da Comissão de Justiça e Paz

27/09/2004 - 11h41

Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Com mais de uma centena de comitês espalhados por todo o Brasil, a Comissão Brasileira de Justiça e Paz - um organismo da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) - vem enfrentando uma cruzada em prol do voto consciente, afirma o secretário-executivo da comissão, Carlos Moura. "Por meio dos comitês, são realizadas reuniões com eleitores, integrantes de pastorais da Igreja Católica, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), de sindicatos e órgãos que pretendem ou trabalham contra a corrupção eleitoral", disse Moura.

Para fazer esse trabalho, a comissão utiliza um material didático testado nas eleições de 2002. De acordo com o secretário-executivo, a cartilha – fruto de audiência com setores da sociedade civil – mostra como o eleitor deve proceder. Ele conta ainda que, por conta deste trabalho junto a diversos municípios, 154 políticos e candidatos perderam o registro ou tiveram o diploma cassado, desde que entrou em vigor a lei 9.840/99, que pune a compra de votos com a cassação do registro ou do diploma do candidato.

A comissão e o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral - idealizado por ela - têm como objetivo difundir o conteúdo dessa lei, incentivar a população a denunciar casos de venda de votos, além de estimular o eleitor a valorizar o seu voto.

"Cuidamos para que os direitos humanos sejam respeitados e para que os valores da cidadania não sejam violados. Uma das maiores qualificações da cidadania é o voto", considerou.

Na página da internet www.lei9840.org.br, o eleitor encontra informações sobre cassações de candidaturas. A página também exibe um mapa onde se pode observar que a maior parte das cassações aconteceu no estado de Minas Gerais e em relação aos cargos de prefeito. Além disso, há documentos com informações sobre o movimento e dados atualizados sobre denúncias.