Pesquisa revela consumidor consciente na compra de remédio isento de prescrição

25/09/2004 - 18h27

Brasília, 25/9/2004 (Agência Brasil - ABr) - Uma pesquisa, realizada pela empresa Ipsos com consumidores de medicamentos isentos de prescrição, mostrou que 95% dos indivíduos que entravam em uma farmácia já sabiam o que comprar e também para qual fim servia o produto. Assim, as dicas dos balconistas, conhecidas criticamente como "empurroterapia" ou "BO – bom para otário", estariam praticamente anuladas pelos dados. Mas para Aurélio Saez, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip), isso não descarta a necessidade de fiscalização da situação pelas autoridades sanitárias.

Em entrevista à Rádio Nacional AM, ele informou que, com base na pesquisa da Ipsos, o indivíduo só compra medicamentos isentos de prescrição conhecidos. E geralmente as indicações dos balconistas são para produtos com prescrição. Saez lembrou que em algumas localidades onde não há médicos disponíveis, os farmacêuticos orientam o consumidor sobre os produtos e exercem uma "função importante".

Medicamentos para dores, azia, má digestão, vitaminas – utilizados para doenças menos graves – são os conhecidos como isentos de prescrição, que não precisam passar pelo diagnóstico médico. "Por exemplo, o indivíduo que tem uma cefaléia tencional todo fim de tarde já conhece o diagnóstico, já foi ao médico, já fez exames e sabe que tomando um certo tipo de analgésico a dor vai passar. Então, ele pode comprar esse produto sem precisar todas as vezes voltar ao médico para obter uma prescrição", disse.

Segundo Saez, a Abimip tem 26 associados que representam 80% do mercado total de produtos isentos de prescrição. A atividade de venda, segundo ele, é fiscalizada pelas autoridades sanitárias, como acontece com os que precisam de prescrição. Estes produtos, acrescentou, têm um perfil de segurança avaliado pelos órgãos regulatórios.