Para combater a fome, grupo de trabalho propõe taxar transações financeiras e comércio de armas

14/09/2004 - 12h14

Gabriela Guerreiro
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Na semana passada, quase oito meses depois de sua criação, o grupo de trabalho formado por Brasil, Chile, França, Espanha e Nações Unidas apresentou o relatório final que sugere mecanismos capazes de reunir recursos para promover o desenvolvimento dos países e combater a fome. Entre os principais mecanismos, o grupo propôs taxação sobre transações financeiras e o comércio de armas, a criação do Mecanismo Financeiro Internacional (que se baseia no lançamento de títulos), o controle de evasão de divisas para paraísos fiscais e contribuições voluntárias em cartão de crédito.

Para chegar a essas propostas, o grupo se baseou em estimativas do Banco Mundial que indicam a necessidade de aumentar o volume de recursos em pelo menos US$ 50 bilhões por ano até 2015 para que os países em desenvolvimento possam cumprir as oito Metas do Milênio da ONU.

As Metas do Milênio são os oito compromissos que foram aprovados pelos líderes de 191 países membros das Nações Unidas durante a Cúpula do Milênio, realizada em Nova York em setembro de 2000. O esforço coletivo deve garantir, até 2015, a redução pela metade da porcentagem de pessoas que vivem na extrema pobreza, fornecer água potável e educação a todos e combater a propagação da AIDS, malária e outras doenças.

As propostas do grupo de trabalho vão ser discutidas pelos chefes de Estado e representantes de 55 países que já confirmaram presença na reunião da ação contra a fome e a pobreza, em Nova Iorque, no próximo dia 20.