Rio, 14/9/2004 (Agência Brasil - ABr) - O novo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, John Danilovich, disse que é otimismo demais achar que as negociações para a implementação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) estarão concluídas já em janeiro de 2005, conforme o previsto inicialmente. A opinião do embaixador foi dada em um almoço oferecido pela Câmara de Comércio Americana. "Em decorrência do processo eleitoral nos Estados Unidos, considero um tanto quanto otimista demais achar que as negociações com vistas à implementação da Alca serão concluídas até janeiro de 2005. Os dois governos não medirão esforços para que isso seja alcançado, mas ainda assim considero o prazo otimista demais".

Danilovich lembrou que o embaixador Peter Algeier, responsável pelas negociações por parte do governo americano, estará no Brasil nas próximas duas semanas para levar a cabo as negociações relativas ao acordo, mas, em função das eleições que serão realizadas dia 3 de novembro nos Estados Unidos, considera difícil que acordos sejam fechados.

Ao falar dos entendimentos que os países do Mercosul vêm mantendo para a criação de uma área de livre comércio com a União Européia, o embaixador afirmou ser "muito importante" que os países cheguem a acordos de livre comércio. "Isso porque o livre comércio de uma maneira geral, universal, é uma coisa positiva, para aumentar o nível de renda e a qualidade de vida das populações em todo o mundo. Então vemos com bons olhos a aproximação do Brasil com a União Européia no sentido de fomentar o livre comércio com os países da América do Sul".

Danilovich, no entanto, destacou o fato de que há maior urgência na necessidade de finalização das negociações com a União Européia do que com a Alca. "A vinda do comissário europeu para políticas comerciais, Pascal Lamy, ao Brasil, onde esteve no último domingo com o presidente Lula, exemplifica muito bem isto: o Mercosul e a União Européia precisam finalizar o acordo que já vem sendo negociado há alguns anos até o mês que vem, quando termina o mandato da
atual executiva. Já com relação à Alca, existe mais flexibilidade e não há prazo definido"

"O problema que eu vejo nas negociações do Mercosul com a União Européia é que elas têm que ser levadas a cabo até outubro. Isso porque, com a mudança do poder executivo na União Européia, previsto para outubro, essa data final tem que ser respeitada. Nós temos a flexibilidade de chegar a um acordo até janeiro de 2005 ou não. No caso europeu este acordo tem que ser
fechado até outubro, caso contrário haverá problemas", finalizou.