Amazônicos querem observadores na OTCA e França é o país mais cotado

14/09/2004 - 16h25

Lilian de Macedo
Repórter da Agência Brasil

Manaus - A integração de países como membros observadores na Organização do Tratado de Cooperação Amazônica também foi discutida hoje na reunião de ministros de oito países que compõem a OTCA. Esses observadores seriam países fora da América Latina, com interesse direto na preservação da floresta. Os países defenderiam os interesses da OTCA e participariam de suas reuniões. No entanto, o chanceler brasileiro, Celso Amorim, afirmou que ainda precisam ser definidos os critérios de escolha e as formas de atuação desses países. O país mais cotado, por enquanto, é a França. "Ele está ligado à Guiana Francesa, por isso tem interesses genuínos", explicou Amorim, durante a reunião.

Segundo o ministro, a segurança da Amazônia foi o tema mais debatido na reunião ministerial de hoje. Especialmente, no que concerne à biopirataria. Para Celso Amorim, as plantas e conhecimentos tradicionais devem ser fonte de riqueza das populações locais. "Inúmeros produtos amazônicos estão registrados no exterior como se fossem marcas. Temos que valorizar a propriedade intelectual", ressalta.

O ministro de Relações Exteriores do Peru, Manoel Rodrigues, afirma que qualquer política de desenvolvimento sustentável deve ter ênfase na população e na vida humana. "Além disso, precisamos exercer nossa soberania com responsabilidade", conclui.

A secretária-geral da OTCA, Rosalía Arteaga, encerrou o encontro afirmando que as legislações relativas à Amazônia devem ser harmonizadas. Novas reuniões estão marcadas para setembro de 2005. O local escolhido é Equitos, no Peru. A cidade também é banhada por rio que faz parte da bacia amazônica. De acordo com Rosalía, os presidentes dos países que fazem parte do OTCA também irão se reunir. Mas isso só deve ocorrer em 2006.