Fórum Urbano Mundial discute problemas gerados pela urbanização global

13/09/2004 - 6h44

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Barcelona (Espanha) - Dados da Organização das Nações Unidas indicam que, em todo o mundo, cerca de 900 milhões de pessoas passam por problemas semelhantes aos enfrentados por brasileiros que não têm acesso à moradia digna. No Brasil, existem favelas em 1,5 mil dos 5,561 mil municípios, de acordo com o ministro das Cidades, Olívio Dutra, que está em Barcelona para co-presidir o II Fórum Urbano Mundial.

O encontro, que vai até sexta-feira (17), reúne representantes de 191 países em torno do debate sobre os problemas gerados pelo crescente processo de urbanização global. A estimativa da ONU é que mais da metade da população mundial viva em centros urbanos.

No Brasil, um dos agravantes, segundo o ministro Olívio Dutra, é que 60% do total de moradores que vivem em áreas urbanas se concentram em 224 municípios com mais de cem mil habitantes. Durante o fórum, Olívio Dutra fará um diagnóstico do quadro das cidades brasileiras e falará sobre os problemas relacionados à infra-estrutura. Ele apresentará também as ações desenvolvidas pelo governo federal nas áreas de habitação e saneamento.

Em reunião com membros da força-tarefa da ONU, que define estratégias para o cumprimento das Metas do Milênio relacionadas à melhoria da condição de vida dos moradores de favelas, Dutra adiantou alguns pontos que abordará durante o encontro. Segundo o ministro, para melhorar a situação de moradores de assentamentos precários, é preciso que a própria sociedade seja sujeito da ação e não apenas alvo.

Ele destacou também que, nos primeiros 20 meses do governo Luiz Inácio Lula da Silva, foram aplicados 30 % a mais de recursos no setor do que nos oito anos anteriores. Além disso, o governo está direcionando verbas destinadas à moradia para a faixa de até cinco salários-mínimos, em que se concentram 92% do déficit habitacional brasileiro, da ordem de 6,6 milhões de unidades.