Chanceleres da Amazônia vão debater integração pelos rios e proteção ambiental, diz Equador

13/09/2004 - 18h38

Lilian de Macedo
Repórter da Agência Brasil

Manaus - O ministro de Relações Exteriores do Equador, Patrício Zuquilanda, antecipou hoje alguns itens que devem ser discutidos durante a conferência de chanceleres da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica - OTCA, amanhã, em Manaus. Segundo ele, os chanceleres devem exigir dos países que formam o G-8 (grupo dos oito países mais ricos do mundo), a Organização das Nações Unidas e a Organização dos Estados Americanos três aspectos: livre navegabilidade nos rios amazônicos, proteção das nascentes e de populações ribeirinhas.

Para o ministro, a livre navegabilidade promoverá divulgação da cultura e abrirá possibilidades para novas pesquisas cientificas. Zuquilanda não acredita que a abertura traria problemas de segurança, nem mesmo as relativas ao tráfico de drogas. "Narcotráfico, contrabando de armas e de seres humanos acontecem sem essa liberação", ressalta.

Já quanto à proteção das águas, o ministro é mais incisivo. Ele exige o cumprimento do Tratado de Kioto e das leis que protegem o meio ambiente. "Devemos frear a ação das indústrias que aquecem o planeta", explica. Zuquilanda acredita, também, que a opinião das populações ribeirinhas é fundamental para sua própria preservação. Ele afirma que elas devem ser ouvidas sobre como e quando querem o desenvolvimento da Amazônia.

Patrício Zuquilanda destaca que a mudança de comportamento em relação à Amazônia depende de uma mudança de consciência. Para ele, os países latino-americanos deveriam fornecer cursos técnicos aos jovens, o que, de acordo com ele, despertaria consciência política e social. "Trabalho há 33 anos com esse tema. Se algo de concreto não for feito agora, em 20 anos não teremos mais nenhum rio, especialmente o Amazonas", prevê.