Ellis Regina
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, declarou hoje que o perdão do governo brasileiro à dívida de U$331 milhões que Moçambique tem com o país possui "significado político muito importante na luta dos países pobres e subdesenvolvidos pela correção dos desequilíbrios existentes no processo de globalização do mundo".
Chissano interpreta o gesto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um "chamamento para outros países acertarem a dívida de nações subdesenvolvidas. Para que comece uma nova era".
Hoje, o presidente moçambicano fez visita oficial ao Congresso Nacional e foi recebido pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Após o encontro, Chissano ressaltou que o perdão da dívida permitirá a concretização de outros projetos entre Moçambique e Brasil, como os programas de combate a Aids.
O presidente de Moçambique observou que as relações comerciais entre os dois países devem prosperar nas áreas agrícola, agroindustrial e de mineração. Para Chissano, o primeiro passo será dado pela Companhia Vale do Rio Doce, que planeja envolver-se na exploração de minérios no país. "Vai ser uma valia para nossa cooperação porque abre portas para outros tipos de cooperação na grande indústria", acredita.
Joaquim Chissano está no país a convite do presidente Lula e permanecerá no Brasil até sexta-feira (03). O presidente visitará ainda as cidades de Salvador e Porto Alegre.