Pastoral da Terra apela a empresas pelo fim do trabalho escravo

13/08/2004 - 14h28

Fabiana Uchinaka
Repórter Agência Brasil

São Paulo - As empresas que ainda não acordaram para o problema do trabalho escravo poderão despertar sob a ameaça de retaliações comerciais. A afirmação foi feita, na manhã de hoje, pelo coordenador da Campanha de Combate ao Trabalho Escravo da Comissão Pastoral da Terra (CPT), frei Xavier Plassat, durante o lançamento de uma carta-compromisso pelo fim do trabalho escravo ou degradante na produção do carvão vegetal e na cadeia produtiva do setor siderúrgico.

As principais siderúrgicas da região norte do país assinaram o documento, que anuncia, entre outras coisas, a definição de "restrições comerciais àquelas empresas identificadas na cadeia produtiva como utilizadoras de mão-de-obra escrava". Para Xavier Plassat, é hora de as empresas assumirem sua responsabilidade como empregadoras.

Segundo Frei Xavier, as restrições criarão para as empresas um "risco comercial colossal". Para ele, "é evidente que as siderúrgicas ficaram assustadas com as denúncias, que tiveram destaque inclusive em jornais estrangeiros, como o americano The New York Times e o inglês The Guardian, de que boa parte do aço que está sendo processado nos Estados Unidos e na Europa leva a marca do trabalho escravo".