Posto no DF recebe 19 armas duas horas depois de aberto

07/08/2004 - 14h17

Brasília, 7/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - Ter uma arma em casa significa gerar mais violência e não a proteção que a família quer, já que a defesa do cidadão cabe à polícia. A afirmação é do chefe do Serviço Nacional de Armas da Polícia Federal, delegado Fernando Segóvia. Ele esteve pela manhã no posto de doação de armas montado na administração de Ceilândia, que já foi uma das cidades satélites mais violentas do Distrito Federal.

Menos de duas horas depois da abertura do posto, às 9h, a PF recebeu 15 revólveres e pistolas, três espingardas e um morteiro. "A gente tem de refletir se a arma em casa serve para alguma coisa", acrescentou, argumentando que na maioria dos assaltos são usadas armas de fabricação nacional, das marcas Rossi e Taurus. "Onde os bandidos compraram essas armas? No mercado negro, que por sua vez roubou das pessoas de bem, porque nenhum ladrão jamais comprou arma numa loja", comentou o delegado Segóvia. Ele alertou que "a população deve se conscientizar de que é ela quem está armando os bandidos".

O chefe do Serviço Nacional de Armas da PF informou que o governo esperava tirar de circulação 80 mil armas, em seis meses de campanha, e que em 20 dias a população já entregou 41.670 armas.

O advogado David Braz entregou uma pistola semi-automática e disse que levaria os R$ 100,00 recebidos em troca da arma para a Creche Santa Luzia, que fica na quadra P Norte. "Esta arma nunca me serviu para nada e já quase provocou quatro acidentes. Num deles, ao manusear a pistola, a mulher do meu irmão quase deu um tiro nele. Em outro, um amigo levou a arma emprestada e se envolveu numa briga em uma boate – quase acontece uma tragédia", contou.