Christiane Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério da Defesa espera apresentar até outubro um plano com o objetivo de fortalecer indústrias estratégicas para o setor. Segundo o diretor do Departamento de Logística do ministério, brigadeiro Antônio Hugo Pereira Chaves, essa Política Nacional da Indústria de Defesa (PNID) irá além da reativação da indústria bélica brasileira. "Nossa preocupação não é apenas com a indústria bélica, mas com a Base Industrial de Defesa, que engloba todos os segmentos industriais e de serviços que têm interesse estratégico para a defesa nacional", disse, em entrevista à Agência Brasil.
De acordo com o brigadeiro, para alcançar o fortalecimento da Base são necessárias ações estratégicas, como conscientizar a população. "Seria mais uma questão de transparência, para a sociedade saber o que está acontecendo e a importância do setor." Além dessa, outras ações, como redução da carga tributária, ampliação da capacidade de aquisição das Forças Armadas e aumento da competitividade no mercado estão presentes na PNID.
A aprovação dessa política agiria na mudança da concepção de trabalho das Forças Armadas, observa Chaves. "A PNID traz interação nas operações, além de consolidar os planos de reaparelhamento das forças. O trabalho será feito em conjunto com países vizinhos como Argentina, Paraguai, Peru, Chile. Queremos trabalhar com a divisão de mercado."
Antônio Hugo Pereira Chaves lembra a importância econômica desse setor. Segundo dados do ministério, o orçamento norte-americano chega a US$ 450 bilhões e no mundo, gira em torno de US$ 1 trilhão. A representatividade das exportações da indústria bélica brasileira, acrescenta o brigadeiro, já foi maior. "Na década de 80 chegamos a exportar US$ 1,2 bilhão. Já os dados mais recentes mostram que esse número vem caindo gradativamente e hoje está em US$ 50 milhões".