Indústria cresceu 5,4% nos últimos quatro meses

06/08/2004 - 13h13

Rio, 6/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - As exportações e a melhoria das condições de crédito ao consumidor são as maiores responsáveis pelo desempenho positivo da indústria brasileira nos últimos quatro meses, período em que a taxa de crescimento do setor foi de 5,4%. Com exceção da produção de bens intermediários, as outras três categorias de uso (bens de capital, consumo durável e consumo não-durável) registraram taxas positivas. A avaliação é do chefe do setor de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sílvio Salles, com base na Pesquisa Industrial Mensal divulgada pelo instituto.

A pesquisa mostra que a indústria nacional teve resultados positivos em todos os indicadores pesquisados. Em relação a maio, o crescimento foi de 0,5%, fazendo com que o setor atingisse o maior nível de produção desde o início dos anos 70, quando o IBGE iniciou a série histórica da pesquisa. Na comparação com junho do ano passado, o crescimento foi de 13%, a maior variação desde fevereiro de 2000. No semestre, a produção nacional acumula alta de 7,7%.

"O quadro geral da produção industrial é positivo, mostrando que o setor se recupera. Atribuímos o resultado principalmente às exportações e à recuperação do mercado interno de bens duráveis, apoiado no crédito. Mais recentemente, há uma reação discreta também na área de bens de consumo não duráveis, que são os alimentos, vestuário, calçados, mostrando que a renda do trabalhador começa a dar sinais de melhora", destacou Salles.

Segundo o economista, os indicadores da pesquisa de junho revelam que a trajetória de crescimento da produção industrial deve se manter nos próximos meses. Ele lembrou que as estatísticas do Banco Central referentes a julho sobre exportação, importação e produção de veículos também estão com sinais positivos.

De acordo com a pesquisa do IBGE, de janeiro a junho a expansão na produção atingiu 22 setores e 61 dos 76 subsetores pesquisados. Os principais impactos positivos vieram de veículos automotores (26,1%), máquinas e equipamentos (16,2%) e material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (35,4%).

Por outro lado, além das indústrias extrativas (petróleo e gás), que apresentaram taxa negativa de 0,3%, os ramos associados à evolução da massa salarial também apresentaram índices negativos, como farmacêutica (-5,9%), edição e impressão (-1%), calçados e artigos de couro (-3,3%) e vestuário e acessórios (-1,4%).