Febraban considera ''ambígua'' medida que estimula poupança de longo prazo

06/08/2004 - 17h00

São Paulo, 6/8/2004 (Agência Brasil - ABr) - As mudanças na tributação para aplicações financeiras, anunciadas hoje pelo governo para estimular a poupança de longo prazo, devem estimular o mercado de ações, mas trarão impactos negativos para a poupança. A avaliação é do economista chefe da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Roberto Luís Troster.

"(O governo) baixou a alíquota do Imposto de Renda para os fundos de ações, o que é uma medida muito boa, porque estimula o mercado de ações", disse, referindo-se à redução da tributação sobre investimentos diretos em ações ou através de fundos de ações, de 20% para 15%. "Por outro lado, na questão dos demais fundos, foi uma medida ambígua, porque baixou a alíquota para prazos superiores a um ano, mas aumentou para até seis meses", afirmou Troster. Para ele, "não faz sentido, em um pacote feito para desonerar investimentos, aumentar a alíquota para um prazo até seis meses".

No pacote anunciado hoje, o governo estabelece, para aplicações em fundos de investimentos e de renda fixa, alíquotas de imposto de renda na fonte progressivamente mais baixas quanto maior o prazo de aplicação, passando de 22,5% para as de até 6 meses até 15% nas superiores a dois anos. Mas para isso, aumentou a alíquota para o prazo de até seis meses, que era de 20%. Segundo Troster, seis meses não representam um prazo curto para os padrões do Brasil.