André Deak
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Até 50% das crianças órfãs brasileiras perderam um ou os dois pais para a Aids, de acordo com o relatório "HIV/AIDS e trabalho: estimativas globais, impacto e resposta", da Organização Mundial do Trabalho (OIT). No país, existem cerca de 127 mil crianças órfas de 0 a 14 anos, segundo dados da Unicef.
"Em outros países essa taxa é ainda maior, chegando a 80% na África sub-sahariana", disse a autora do relatório, Odile Frank, em entrevista à Agência Brasil. O documento foi lançado ontem, durante a 15ª Conferência Internacional de Aids em Bangkok, na Tailândia.
Apesar da porcentagem alta, Frank afirmou que não é algo surpreendente, uma vez que "normalmente, as crianças não perdem seus pais, ainda menos no Brasil, onde a expectativa de vida é alta". Ela ainda lembrou que "existe no Brasil um grande número de crianças de rua e crianças abandonadas, mas não de órfãos".
Em 2003, 15 milhões de crianças com menos de 18 anos ficaram órfãs por conta da Aids, mais de 12 milhões deles na África, estima a OIT. Entre as conseqüências disso está o aumento do trabalho infantil.