Balança comercial mantém ritmo para superar previsões de superávit

12/07/2004 - 17h12

Brasília, 12/7/2004 (Agência Brasil - ABr) - A balança comercial brasileira mantém o ritmo para alcançar um saldo positivo superior a US$ 28 bilhões no fim do ano, conforme as previsões do governo, reafirmadas no Informe Conjuntural da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para o primeiro semestre de 2004. Do mês de janeiro até o fechamento da segunda semana deste mês, o Brasil exportou US$ 46,078 bilhões e importou US$ 29,985 bilhões, com superávit de US$ 16,093 bilhões.

Na segunda semana de julho, as exportações chegaram a US$ 2,073 bilhões e as importações, a US$ 1,300 bilhão, o que resultou em um saldo positivo de US$ 773 milhões. A média das exportações entre os dias 5 e 11 chegou a US$ 414,6 milhões, 18,6% superior à média de US$ 349,5 milhões da primeira semana.

O resultado foi influenciado pela expansão nas vendas de semimanufaturados (69,2%), que passaram de US$ 39,6 milhões para US$ 67,0 milhões, principalmente por causa de ferro ou aço, alumínio em bruto, açúcar em bruto, celulose, couros e peles, e ferro-liga. Também teve peso o aumento das vendas de produtos básicos (69,1%), que passaram de US$ 81,5 milhões para US$ 137,8 milhões, principalmente, soja em grão, minério de ferro, farelo de soja, carne bovina, petróleo em bruto, café em grão e carne suína.

Os produtos manufaturados, no entanto, apresentaram retração de 8,4%, passando de de US$ 220,0 milhões para US$ 201,5 milhões. as maiores quedas foram nas vendas de laminados planos, calçados, aviões, motores para veículos, madeira compensada e veículos de carga. As importações, sobre igual período comparativo (média da segunda semana/média da primeira semana), cresceram 21,5%, passando de US$ 214,0 milhões para US$ 260,0 milhões.

Os resultados da política de exportação do País e a conta de serviços vêm permitindo um saldo positivo crescente das transações correntes, sobrando assim mais dólares para o país, que no momento registra queda na entrada líquida de capitais estrangeiros, ante o cenário internacional em turbulência, conforme destaca o relatório semestral da CNI.

Ao lado das exportações, as importações do país são uma mostra da retomada do crescimento econômico. "O crescimento das compras externas também vem se dando de maneira generalizada, atingindo todas as categorias de uso", diz o relatório da CNI.

O trabalho do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior na promoção dos produtos brasileiros vem permitindo a conquista de mercados não-tradicionais. Na medida do possível, também procura superar impasses corriqueiros, próprios da atividade comercial, com o objetivo de manter o nível de exportações para os mercados tradicionais. Esse trabalho envolve a participação ativa do Brasil nos foros internacionais, como a Organização Mundial do Comércio, para assegurar os direitos do exportador, ante o protecionismo dos países mais ricos em relação à sua economia interna.

Ao mesmo tempo, a nível interno, o ministério procura estimular a profissionalização das empresas nacionais para o trabalho de exportação, porque a política do governo é o avanço sucessivo do saldo comercial. O governo quer estender também às empresas o maior apoio institucional, estudando formas de desburocratizar o seu relacionamento com o Estado.

O Ministério da Fazenda já estuda, em conjunto com outras pastas, a simplificação do funcionamento da atividade comercial para pessoa física, potencial microempresário. O estudo leva em consideração que um grande contingente de cidadãos que participa da atividade produtiva ainda está fora da política de exportação: dos cerca de 4 milhões de pequenos empreendimentos que existem no Brasil, um total inferior a 10 mil micro e pequenas empresas participam da pauta de exportações.