Amorim diz que há convergências em encontro da OMC em Paris

12/07/2004 - 10h46

Daniele Fernandes
Da Rádio França Internacional

Paris (França) - Quase duas semanas antes do prazo previsto para obtenção de um acordo agrícola na Organização Mundial do Comércio (OMC), nenhum avanço concreto foi obtido em relação aos três pilares da negociação: a eliminação dos subsídios às exportações e à produção interna, e o acesso aos mercados que envolvem tarifas.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, bem mais otimista que o representante americano do Comércio, Robert Zoellick, declarou que potenciais convergências foram identificadas durante o encontro em Paris. "Eu acho que da discussão surgiram elementos. Eu posso dar uma convergência, por exemplo, em apoio doméstico. A convergência em apoio doméstico é que tem de ter uma redução forte em todas as formas somadas de apoio – sobre isso há convergência. Sobre o aumento substancial do acesso a mercados, em todos os produtos, também acho que há convergência. Agora, o que eu acho mais importante do que isso é que houve, digamos assim, uma aproximação de conceitos, uma exploração de conceitos que têm o potencial de permitir um avanço definitivo".

Para o ministro Amorim, os países participantes deste encontro tentam agora definir o grau de especificidade que deverá conter o texto do acordo. Analistas prevêem que ele será minimalista, ou seja, não irá definir datas, tarifas ou modalidades de aplicação das medidas discutidas.

O ministro Amorim diz, no entanto, que o acordo a ser obtido no final do mês não será mínimo, mas sim ambicioso. "Eu não creio que o acordo será mínimo. O que eu acho é que se tem variações entre graus, digamos, de especificidade", completou.