Impasse Brasil-Argentina sobre barreiras comerciais é considerado normal pelo Itamaraty

07/07/2004 - 9h24

Brasília, 7/7/2004 (Agência Brasil - ABr) - O Itamaraty considera normal o impasse entre o Brasil e a Argentina em relação à imposição de barreiras aos eletrodomésticos (fogões, geladeiras e máquinas de lavar roupas) brasileiros e aos aparelhos de televisão produzidos na Zona Franca de Manaus, com uma alíquota de importação de 21 %.

Segundo informou a assessoria do Ministério das Relações Exteriores, esse tipo de entrave acontece quando existe uma relação comercial dinâmica entre dois países. Os assessores citam como exemplo questões comerciais entre o Canadá e os Estados Unidos, que são parceiros e têm litígios constantes, muitas vezes discutidos na Organização Mundial do Comércio (OMC).

De qualquer forma, diplomatas brasileiros estudam os aspectos legais da medida no âmbito do Mercosul e da OMC. Para o Itamaraty é lamentável a barreira imposta aos eletroeletrônicos brasileiros, assim como é lamentável qualquer medida que implique em restrições ao comércio entre dois países.

A assessoria de imprensa do Itamaraty informou também que com a intermediação do ministro, Celso Amorim, o seu colega do Desenvolvimento, Indúatrioa e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, já entrou em contato com o ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna, para tratar do assunto. Este último afirmou que a medida ainda não foi regulamentada, o que dá espaço para um entendimento entre a iniciativa privada dos dois países responsável pelo setor.

Atualmente, a Argentina é o nosso segundo parceiro comercial. A corrente de comércio nos cinco primeiros meses do ano ficou em aproximadamente US$ 1 bilhão. O Brasil levou vantagem de US$ 196 milhões, exportando US$ 615 milhões e comprando dos argentinos US$ 419 milhões.

Os ministros Furlan e Lavagna continuarão os entendimentos amanhã, em Puerto Iguazu, na Argentina, durante reunião da Cúpula Presidencial de Chefes de Estado do Mercosul.