Paim pede a deputados prioridade na votação da PEC paralela da Previdência

01/07/2004 - 17h33

Brasília, 1/7/2004 (Agência Brasil - ABr) - Na contramão dos esforços dos líderes da base aliada e da coordenação política do governo de garantir presença maciça de deputados e senadores no Congresso, no esforço concentrado previsto para a semana que vem, o primeiro-vice-presidente do Senado, Paulo Paim (PT-RS), apelou hoje aos deputados federais para que não votem nenhuma matéria sem antes apreciar a PEC paralela da Previdência. A PEC ameniza efeitos da reforma aprovada em dezembro de 2003.

"Vai ficar ruim para nós votarmos na semana que vem matérias de interesse de setores da economia e não apreciar uma matéria de interesses dos servidores públicos, e até mesmo dos trabalhadores da iniciativa privada", argumentou o senador.

A PEC paralela da Previdência Social foi elaborada pelo Senado em dezembro de 2003 como condição para a aprovação da reforma previdenciária. Pelo acordo, a sua tramitação seria acelerada na convocação extraordinária do Congresso, que aconteceu em janeiro.

A senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) também cobrou da Câmara a apreciação da PEC paralela. "Não dá mais para contemporizar. A convocação extraordinária de janeiro era para apreciar a PEC paralela. Estamos em julho e ela ainda não foi votada", afirmou.

Nesta semana, 11 senadores do PT, PMDB, PSB e PL promoveram reuniões para criar um grupo parlamentar informal que adote "posição única" em votações de matérias cujos pontos de vista sejam convergentes, lembrou Paim. O primeiro vice-presidente do Senado acrescentou que no primeiro encontro realizado na terça-feira passada, ficou acertado que a PEC paralela da Previdência, a não convocação extraordinária do Congresso em julho e o adiamento da votação do projeto das Parcerias Público-Privadas são pontos comuns do grupo.

O senador Cristovam Buarque, integrante do grupo, disse que o objetivo dos senadores não é fazer oposição ao governo, mas forçar uma interlocução destes parlamentares com o governo sobre matérias de interesse nacional.

Mas a líder do PT no Senado, Ideli Salvati (PT-SC), está otimista quanto ao esforço concentrado. Segundo ela, as conversas com o PMDB têm evoluído. "Há também uma parcela da oposição que sinaliza em comparecer aos trabalhos da semana que vem", afirmou.

Na segunda-feira (05), as 15h30, o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, reúne-se com os líderes aliados no gabinete do líder do Governo no Senado, Aloízio Mercadante (PT-SP). No mesmo dia, as 18h, os senadores do bloco de apoio (PT-PSB-PTB) se reunirão para discutir a votação de matérias incluídas no esforço concentrado, revelou Ideli.