Festival promoverá integração cultural da América do Sul

01/07/2004 - 20h15

Alessandra Bastos
repórter da Agência Brasil

Brasília - Apesar da proximidade territorial, a troca cultural entre os países da América do Sul ainda é pequena. "Conhecemos a literatura argentina, por exemplo, quando ela já é conhecida nos países desenvolvidos e não como uma coisa nossa", afirma o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. O Brasil quer agora diminuir essa distância. Para isso realizará, de 17 a 25 de setembro, o Festival da América do Sul.

O palco escolhido para o evento é a fronteira com a Bolívia, que fica na cidade de Corumbá, no Pantanal do Mato Grosso do Sul. O Festival foi lançado hoje, no Palácio do Itamaraty, pelo ministro Celso Amorim e pelo governador do estado do Mato Grosso do Sul, José Orcírio Miranda. "Fomos educados a acreditar que as coisas só chegariam pelo oceano, vindas da Europa. Percebi que chilenos e bolivianos também acreditam nisso. Foi em cima desse pensamento que criamos o Festival", conta o governador.

O encontro tem como proposta fazer um grande intercâmbio cultural entre Argentina, Brasil, Chile, Uruguai, Paraguai, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. "Ele vai marcar a história da integração que o presidente Lula tem defendido para a América do Sul", aposta José Orcírio. O festival América do Sul será patrocinado pelo Banco do Brasil, que investirá de R$ 2 milhões.

Já estão confirmados os shows dos brasileiros Milton Nascimento e Almir Sater e dos argentinos Mercedes Sosa e Fito Paez. Peças teatrais serão encenadas nas ruas e praças de Corumbá. Mostras de filmes de curta-metragem ao ar livre, de longa-metragem e de vídeos independentes também poderão ser vistas. Feiras de artesanato, cerâmica, livro, CD e instrumentos produzidos na América do Sul e exposições de artes plásticas coletivas destacando os principais movimentos artísticos da América do Sul também poderão ser visitadas.

Mas o Festival não será só de festas e atrações artísticas. Seminários, palestras e discussões sobre meio ambiente, turismo sustentável e integração também farão parte do evento. As relações econômicas, formação étnica, integração física, ritmos sul-americanos, afinidades artísticas e históricas, a palavra dos povos sul-americanos, a boa fase do cinema latino e o patrimônio da América do Sul para a humanidade são alguns dos temas que serão debatidos entre os treze países.