Brasil pode aderir a programa europeu de navegação por satélite

01/07/2004 - 19h21

Nádia Faggiani
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O governo brasileiro conheceu hoje detalhes do programa europeu Galileo de
navegação por satélite para verificar a possibilidade de cooperação com o projeto. Uma comitiva da Delegação da Comissão Européia visitou os Ministérios de Ciência e Tecnologia, Defesa e Relações Exteriores, onde apresentou o programa da Comissão Européia e da Agência Espacial Européia (ESA).

De acordo com o chefe interino do Departamento de Meio Ambiente e Assuntos Especiais do Ministério das Relações Exteriores, conselheiro Hadil Viana, o governo brasileiro vai analisar os interesses de todos os setores que querem participar do programa, que tem alcance mundial.

A prioridade, segundo o diplomata, é criar um sistema administrado e controlado por civis que ofereça uma nova geração de serviços nas áreas policial, de Justiça, tráfego marítimo e aéreo, controle de fronteiras e prevenção de acidentes. A tecnologia utiliza o sistema de posicionamento da Terra e é compatível com o sistema americano GPS e o russo Glonass, os dois financiados e controlados com fins militares.

A diferença do Galileo para os outros sistemas, de acordo com o conselheiro Hadil Viana, é que o sistema europeu admite modificações sugeridas pelos governos participantes do acordo, que poderão adotar o sistema conforme suas realidades.

O primeiro-ministro da União Européia deverá encaminhar um documento oficial sobre o interesse do Brasil de participar do Galileo na área de pesquisa, cooperação industrial e desenvolvimento de mercados. O programa será apresentado amanhã pela Delegação da Comissão Européia à Agência Espacial Brasileira (AEB) e ao Instituto Nacional da Propriedade
Industrial (Inpi), em São José dos Campos, São Paulo.

De acordo com a Delegação da Comissão Européia no Brasil, a cooperação internacional do Galileo tem se desenvolvido satisfatoriamente e acordos já foram fechados com China, Israel e México. Estão em negociação acordos também com a Índia e a Rússia.