Rússia libera importação de carne brasileira

30/06/2004 - 15h03

Brasília, 30/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, anunciou hoje o fim do embargo russo às importações de carne brasileira. O embargo foi determinado pela Rússia há oito dias, após o governo brasileiro divulgar a descoberta de um foco de febre aftosa em fazenda do Pará. Segundo o ministro, o governo russo foi informado de que o Pará não é um estado exportador de carne. Rodrigues foi comunicado hoje pela missão brasileira à Rússia que foi assinado acordo restabelecendo as importações de carne brasileira para aquele país.

Segundo o ministro, a Rússia foi informada também que o governo brasileiro está tomando todas as providências para preservar livres de aftosa as regiões exportadoras do país. Apenas o estado do Mato Grosso, vizinho ao Pará, está proibido de exportar carne para a Rússia, devendo cumprir um período de quarentena de 12 meses.

O ministro afirmou que a decisão russa de suspender a compra da carne brasileira foi provocada por uma falha de comunicação. Rodrigues explicou que o Brasil cumpriu as determinações da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), informando, no dia 17 de junho, à instituição sobre o foco detectado no Pará.

"Possivelmente, a OIE não teve tempo de traduzir para todos os idiomas dos países membros a informação com a mesma agilidade da imprensa. De modo que a informação chegou a alguns países antes da informação oficial da OIE. Eu penso que, se nós tivéssemos informado alguns países compradores nossos, simultaneamente à OIE, teríamos evitado alguns problemas adicionais", explicou.

Rodrigues disse que o governo federal vai tentar reduzir o prazo estabelecido de doze meses para a quarentena no Mato Grosso. Essa exigência prejudica a exportação dos produtores do estado. Mato Grosso é responsável por 4,9% de toda a carne brasileira exportada para a Rússia.

"Vamos trabalhar em conjunto com o governo de Mato Grosso para mostrar que a cobertura vacinal desse estado é bastante rigorosa, bastante efetiva, não havendo, portanto, razão para que o embargo persista por muito tempo", anunciou o ministro.

O Ministério da Agricultura, segundo Rodrigues, dispõe de R$ 112 milhões para ações de defesa agropecuária, orçamento menor do que a média dos sete anos anteriores. Rodrigues disse que por causa do "orçamento pequeno" o repasse de recursos para o programa de controle da aftosa será exclusivamente para as regiões Norte e Nordeste.

"O objetivo é eliminar a febre aftosa no ano que vem. Então, é preciso concentrar as ações naqueles estados. Essa foi uma decisão tomada pelo Fórum Nacional de Secretários Estaduais de Agricultura", afirmou.