Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Operação Shogum, desencadeada pela Polícia Federal para desbaratar a máfia da pirataria e do contrabando, está investigando, juntamente com o Ministério Público Federal, a participação de dois subprocuradores-gerais da República, dois juízes federais, três políticos e um assessor do Senado na rede de proteção ao empresário e contrabandista chinês Law Kim Chong, preso em Brasília. A informação, contida em um relatório elaborado pela inteligência da PF, foi confirmada pela assessoria de comunicação da instituição.
Os nomes, de acordo com a assessoria, foram citados em conversas pelo despachante Pedro Lindolfo Sarlo, preso sob acusação de ser cúmplice de Chong. Chong e Sarlo foram detidos pela Polícia Federal em São Paulo, no dia 1º de junho.
Segundo a Polícia Federal, devem ser abertos novos inquéritos para investigar e apurar uma série de outros crimes de suporte à organização criminosa chefiada por Chong, como lavagem de dinheiro e interferência no sistema financeiro.
O Ministério Público em São Paulo recebeu o inquérito da Polícia Federal ontem à tarde e tem prazo de cinco dias para oferecer denúncia. Este prazo termina terça-feira (22). O subprocurador da República no estado, Pedro Barbosa, que conduz as investigações sobre a rede de proteção ao empresário chinês, não pode, no entanto, oferecer diretamente denúncias contra subprocuradores e magistrados. Ele terá que encaminhar os casos à Procuradoria-Geral da República, o que será feito na próxima semana.
Em Brasília, a assessoria de comunicação do Ministério Público Federal informou que, até agora, o procurador-geral da República (PGR), Cláudio Fonteles, não recebeu, da Polícia Federal, as acusações formais contra os subprocuradores supostamente envolvidos com a rede de proteção a Chong. A PGR também aguarda o encaminhamento do inquérito pelo subprocurador de São Paulo.