Paula Mesquita
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Mais uma tropa de militares brasileiros embarcou hoje para a missão de paz no Haiti. Foram 51 homens, sendo 31 do Exército e 20 fuzileiros navais, que saíram de Brasília e seguem para a capital do Haiti, Porto Príncipe, onde devem permanecer por seis meses. Eles fazem uma parada em Boa Vista, Roraima, para abastecer a aeronave, um C-130 Hércules.

No saguão da Base Aérea, muitos militares e suas famílias aguardavam a hora do embarque. O primeiro sargento do Exército, Devanir Evaristo, disse que se sente preparado para a missão e que "é difícil não sentir saudades", mas que a família já entende.

Grávida de oito meses, Luciene Periard Gomes vai tentar manter o marido, o sargento Gomes, presente nas primeiras horas de vida do filho. "Temos máquina digital e vou enviar todas as fotos do bebê por e-mail", disse.

No dia 1º de junho, a Organização das Nações Unidas (ONU) firmou acordo com o Brasil para o envio de 1.200 homens do Exército, da Marinha e da Força Aérea.

Desde a assinatura do acordo, já embarcaram para o Haiti 353 homens e a partir de hoje serão enviados os 847 restantes. Eles saem do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul.

O comandante da tropa, tenente coronel Kiermes, explicou que a missão do Brasil no Haiti é de "tentar restabelecer a segurança no país, para que as instituições promovam a volta da normalidade administrativa". Quando questionado sobre a saudade que vai sentir da família, o comandante se emocionou. "É complicado porque o homem é o cabeça da família, uma figura importante", disse ele, explicando que a família está bem estruturada.

No período em que estiver em território haitiano, toda a Brigada brasileira vai receber o apoio de dois capelães: um pastor evangélico e um frei católico. E a cada 15 dias, um avião da FAB vai levar e trazer correspondências e mantimentos.