Brasília, 18/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), José Genoíno, não poupou críticas aos três senadores petistas – Serys Slhessarenko, Paulo Paim e Flávio Arns – que votaram, na noite desta quinta-feira, contra o salário mínimo de R$ 260 proposto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Genoíno, a votação da medida provisória serviu para mostrar que o PT conta com 10 votos certos da bancada de 13 senadores. Acrescentou que Serys, Paim e Flávio Arns optaram por "salvar a própria pele" ao votarem com a oposição o substitutivo do senador César Borges (PFL-BA), que passou o mínimo para R$ 275.
Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, o presidente do PT ressaltou a fidelidade "ao partido e ao presidente Lula" da senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA). Mesmo candidata à Prefeitura de Belém nas eleições de outubro, a senadora seguiu a determinação partidária de votar na proposta do governo, consciente do desgaste político que pode sofrer. "Para mim, o mais importante são os 10 que votaram (com o governo) e não os três que preferiram salvar a própria pele", disse Genoíno.
Quanto a eventuais punições aos dissidentes do PT no Senado, o presidente do partido afirmou que a questão não está em discussão no momento. "Os senadores são responsáveis por suas vidas políticas, eles é que devem definir o que querem da vida e não o PT. Nós não vamos entrar nesse processo, neste momento, até porque no nosso entender a prioridade é continuar a agenda legislativa", afirmou.
Na Câmara, José Genoíno disse que o partido continuará defendendo o limite do governo de R$ 260 para o salário mínimo. Afirmou, ainda, que não sabe qual será a reação dos deputados quanto a decisão do Senado de aumentar em R$ 15 o mínimo estabelecido pelo governo. Com o resultado da votação do salário mínimo pelo Senado, o presidente do PT ressaltou que ficou claro que o governo conta, naquela Casa, com uma base de sustentação de, no máximo, 33 parlamentares.