Paula Menna Barreto
Repórter da Agência Brasil
Brasília, 18/6/2004 - A malária, a tuberculose, a hanseníase, a febre amarela, a dengue, as hepatites virais e a leptospirose são questões de saúde prioritárias na Amazônia Legal. Por isso, a região é a primeira a receber R$ 500 mil para financiar projetos de pesquisa que possam contribuir para solucionar esses e outros problemas de saúde.
Em 2003, foram 2.043 casos de leptospirose nos estados da Amazônia Legal e, até agora, já se registram 646 casos, segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde. A malária, por exemplo, tem 169.554 casos registrados este ano. No ano passado foram 137.832, um aumento de 23%.
Segundo o Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit), do Ministério da Saúde, que lançou o edital "Projeto Pesquisa para o SUS - Saúde Amazônia", disponibilizando os R$ 500 mil, a opção de começar pela a Amazônia Legal não foi por acaso. Os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e a região oeste do Maranhão, que formam a Amazônia Legal, têm indicadores sócioeconômicos e de desenvolvimento científico e tecnológico abaixo da média nacional.
Na Amazônia Legal, onde vivem aproximadamente 21 milhões de pessoas, só 10,5% têm acesso a rede de esgoto sanitário e apenas 53,6% a abastecimento de água, de acordo com o Ministério da Saúde. De acordo com a diretoria da Decit, com o incentivo, pretende-se reduzir a disparidade entre as regiões do país em relação aos recursos públicos para ciência e tecnologia.
Poderão participar do projeto, as instituições de pesquisa em saúde, públicas ou particulares, do Acre, Amapá, Rondônia, Roraima e Tocantins. As inscrições devem ser feitas via internet no endereço eletrônico www.saude.gov.br/sctie/decit, no mês de julho. A partir do segundo semestre, outros editais serão lançados para financiamento de projetos, em todo o país, segundo o Ministério da Saúde.