Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, deixou há pouco o Congresso, onde reuniu-se por mais de duas horas para defender na bancada do PT, na Câmara, a proposta do governo de reajuste do salário mínimo para R$ 260,00. Em entrevista à imprensa, Palocci descartou a possibilidade de se conceder dois reajustes do mínimo ainda este ano como propõe o deputado, Virgilio Guimarães (PT/MG). Segundo Palocci, essa proposta não é viável, "assim como não é viável um aumento neste momento, em novembro não faria muita diferença". Acrescentou no entanto, que "não há argumento que sustente" a proposta de se conceder dois reajustes do salário mínimo em 2004.
Ao deixar a reunião da bancada do PT na Câmara, Palocci disse, ainda, que não há resistência de parlamentares de votar o salário mínimo proposto pelo governo. Segundo ele, o que há "é um debate procedente sobre as necessidades que o país tem e que o governo tem de interferir positivamente na questão da renda". O ministro da Fazenda demonstrou aos parlamentares com gráfico o trabalho feito pelo governo no que se refere a distribuição de renda. Segundo ele, as dificuldades para dar um reajuste maior ao salário mínimo, não se resume as questões orçamentárias. "O governo está investindo R$10,5 bilhões na LOAS (Lei Orgância da Assistência Social) e no Bolsa-Família".
Segundo Palocci, essas são opções que o governo têm feito de transferência de renda tão importantes quanto o salário mínimo. Ele considerou importante também a decisão da bancada do PT de discutir políticas de médio e longo prazos para a recuperação do poder de compra do salário mínimo. Palocci destacou que o governo tem toda a possibilidade de implementar essa política se houver uma proposição da bancada.