Lessa defende fortalecimento do setor siderúrgico

01/06/2004 - 20h31

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - O Presidente do BNDES, Carlos Lessa, defendeu o fortalecimento do setor siderúrgico , aproveitando as vantagens comparativas "espetaculares" que o Brasil dispõe, não só pelo minério de alto teor, mas pelo conhecimento tecnológico do segmento, posição favorecida em relação aos principais mercados mundiais e portos com águas profundas que facilitam a produção de aço.

Destacou entre esses portos que poderão receber novas unidades produtivas os de Sepetiba(RJ), Itaqui(MA), Pecem(CE) e, eventualmente, o de Vitória(ES). "Nós podemos ter uma siderurgia muito robusta, mas precisamos que os nossos empresários somem forças entre si",disse Lessa.

O BNDES ainda não recebeu nenhum projeto específico de empresas siderúrgicas nacionais, mas em conjunto com o Secretário estadual de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro, Humberto Motta, está desenvolvendo a idéia de um novo pólo siderúrgico para o Estado, localizado em Sepetiba.

Lessa avaliou, porém, que o projeto de Sepetiba só deverá entrar no BNDES em 2005. Revelou também a existência de um projeto siderúrgico avançado para localização em Pecem, no Ceará, usando gás, e outro sendo gestado para instalação na região de Itaqui, no Maranhão. O projeto de Pecem deverá ingressar no Banco com pedido de financiamento ainda este ano. Já o da Vale do Rio Doce no Maranhão é esperado também para o próximo exercicio.

Esses 3 projetos dobram a produção de aço brasileira, hoje em torno de 30 milhões de toneladas/ano, analisou Lessa. Acrescentou que a médio prazo existem perspectivas muito boas de comércio bilateral com a China. O Brasil poderá incrementar as exportações de minério de ferro de qualidade para o mercado chinês, reduzindo as restrições brasileiras na produção de coque, que tem na China uma grande produtora.

Carlos Lessa declarou ainda que o pólo siderúrgico de Sepetiba poderá alavancar outros projetos na região, como a produção de contêineres, feitos a partir do aço, aproveitando a retomada da indústria de construção naval.

Segundo Lessa, as operações de fusão de empresas e de combinação de interesses com dimensão regional sul-americana são imprescindíveis para a continuidade do processo de industrialização brasileira no novo cenário de globalização.