Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília, 1/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, defendeu durante a divulgação do resultado recorde da balança comercial, a viagem da nova missão empresarial do Brasil à China no próximo dia 16 e disse que a questão da soja proibida de entrar naquele país está sendo observada atentamente pelo governo.
"A viagem presidencial é como se fosse uma carga de cavalaria, que abre uma cunha. Mas sem a infantaria, sem quem vá e ocupe os espaços, os resultados não são consolidados", afirmou.
Furlan anunciou também que a missão que segue em meados de junho será composta por 80 empresários, que farão negociações em 15 setores, pesquisados por uma consultoria chinesa, direcionados para produtos nos quais o Brasil não é tradicionalmente exportador por ter valor agregado.
Ainda justificando a viagem, o ministro disse que qualquer coisa que se produza no Brasil, sempre tem alguém no mundo querendo comprar esse produto.
Ao se referir a soja misturada com sementes contaminadas com fungicida e proibida de entrar na China, o ministro afirmou que é importante notar dois aspectos:
O primeiro está sendo tratado pelo ministro Roberto Rodrigues, da Agricultura, que diz respeito ao compromisso dos exportadores brasileiros de entregar o produto com o nível de qualidade que foi contratado.
O segundo, disse ele, é que nesse momento aparecem os oportunistas."Como o preço vem caindo, há espertos que querem achar pelo em ovo. Não me refiro, exatamente, ao caso da China, mas em geral é o que acontece para poder devolver a carga e ir ao mercado comprar mais barato", concluiu.
Ele assegurou que o governo brasileiro está atento ao problema para inspecionar e certificar os embarques da soja brasileira para manter o padrão de qualidade.
Ontem, o Ministério da Agricultura confirmou que a China embargou mais um carregamento de soja brasileira. Dessa vez, o navio (Eleftheria) partiu dia 14/04 do porto de Santos com uma carga de 61.084 toneladas.
Anteriormente, outros três navios com soja brasileira haviam sido embargados pela China, sob a alegação de que o produto continha sementes tratadas com agroquímicos. No total, os chineses já rejeitaram 239 mil toneladas de soja procedente do Brasil.