Nelson Motta
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente em exercício, José Alencar, garantiu hoje, durante encontro com representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que, quando for construir novas represas no país, o governo terá critérios para que a população destas áreas não seja prejudicada. A informação foi dada pelo coordenador nacional do MAB, Gilberto Cervinski, que participou do encontro no Palácio do Planalto.
Para Cervinski, as palavras do presidente em exercício demonstram uma grande sensibilidade para com os problemas dos atingidos por barragens, além do reconhecimento de que foi injusto o tratamento dado a essas populações ao longo dos anos. "Ele disse que nosso movimento é justo e que a causa é muito importante para o país", acrescentou Cervinski.
Os representantes do MAB disseram a Alencar que vão continuar lutando por seus direitos, principalmente no que significa uma mudança no modelo energético do país, na forma de produzir, distribuir e consumir energia. "Nós assumimos com o presidente o compromisso de que somos aliados deste governo e garantimos que vamos continuar a luta para que a energia e água sejam dos brasileiros e para que ela também seja das populações mais pobres", afirmou Cervinski.
Ontem, representantes do movimento foram recebidos no Palácio do Planalto pelo ministro Luiz Dulci, secretário-geral da Presidência da República. Dulci deu ao grupo as primeiras respostas da pauta de reivindicações que o movimento vem negociando com o governo desde 13 de abril.
O governo se comprometeu a tomar outras medidas. Entre elas, estão o cadastramento de 8.182 famílias de atingidos por barragens, relacionadas pelo MAB, no Programa Nacional de Reforma Agrária; distribuição de cestas básicas; liberação de R$ 400 mil, ainda neste ano, para capacitação técnica, e realização de cursos de alfabetização e educação para 4 mil jovens e adultos.
O governo vai também fazer um convênio para execução de programa envolvendo 20 projetos de segurança alimentar e de geração de renda, num valor total de R$ 1 milhão a fundo perdido, com recursos da Fundação Banco do Brasil.