Brasília, 28/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - O Centro Internacional para Políticas de Redução da Pobreza, órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), em breve estará funcionando em Brasília, informou o diretor do Centro, Nanak Kakwani. Ele fez palestra na Universidade de Brasília (UnB) sobre "Políticas de Redução de Pobreza: a Experiência Asiática".
O Brasil será o primeiro país a sediar um centro internacional das Nações Unidas para estudar questões relacionadas à pobreza. Ele vai colaborar para reduzir em 50% o número de pessoas que recebem menos de US$ 1 por dia até 2015, conforme compromisso assinado por 180 chefes de Estado durante a Conferência do Milênio, promovida pelas Nações Unidas, em setembro de 2000.
O centro, que funcionará no prédio do Instituto de Estudos e Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), será integrado por pesquisadores selecionados pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (Pnud) e Ipea.
Em palestra na UnB, Nanak Kakwani falou da influência do crescimento econômico na diminuição da pobreza em alguns países. Segundo ele, em muitas nações, como a China e a Tailândia, o crescimento da economia não implicou necessariamente em redução da pobreza. Há, no entanto, experiências bem sucedidas, como na Coréia, em que o crescimento econômico favoreceu os mais pobres.
Kakwani afirma que a pobreza se intensificou em muitos países nas décadas de 50 e 60, quando teve início o processo de crescimento econômico mundial, pois não houve a implementação de políticas governamentais voltadas para os menos favorecidos. "É um erro dizer que crescimento econômico sempre reduzirá a pobreza, pois, na prática, isso não ocorre", afirmou Kakwani.
Ele defende que uma das formas de combater a pobreza mundial é estabelecer políticas públicas governamentais aliadas ao crescimento econômico. Destaca, ainda, que promover o crescimento nas áreas rurais, principalmente no setor agrícola, é quatro vezes mais efetivo do que promover o desenvolvimento nas áreas urbanas para reduzir a pobreza.