Na reabertura dos bingos em SP, sindicalista pede CPI para apurar ''maracutaia'' no setor

06/05/2004 - 17h34

São Paulo - Para o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, o fechamento dos bingos foi uma medida desastrosa e que custou muito caro para o governo. Ele fez a afirmação hoje, durante a reinauguração do Bingo Imperial, na capital paulista. Em clima de comemoração, o sindicalista foi aplaudido pelos 400 funcionários da casa, a maior da América Latina. Em seguida, eles fizeram uma oração para agradecer a volta ao trabalho.

Para Paulinho, a derrota da Medida Provisória (MP) que proibia o funcionamento de bingos e a exploração de máquinas caça-níqueis representa uma vitória para os trabalhadores. "O mais importante é que mais de 100 mil pessoas que trabalham diretamente nas casas vão estar com seus empregos garantidos", disse. E enfatizou: "Espero que o governo Lula entenda que foi uma derrota, aceite essa derrota e não volte mais a criar problemas".

Depois de ligar a primeira máquina, Paulinho afirmou que o governo pagou muito caro por não ter feito uma negociação com o setor. "Teria sido muito mais vantajoso e, com certeza, ele não teria perdido tanta popularidade - esse é um jogo que tem apoio popular, existe mais de um milhão de pessoas que participam dos bingos", acredita.

O sindicalista reafirmou ser favorável à abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os bingos. "Se tem gente lavando dinheiro ou fazendo maracutaia, tem de ser preso. Inclusive os que estavam pegando dinheiro dos bingos: Waldomiro Diniz e Carlinhos Cachoeira", falou. "O que não pode é penalizar os trabalhadores por causa de alguns bandidos que têm no meio", completou.

Fabiana Uchinaka