Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os pesquisadores brasileiros terão, ainda este ano, uma nova fonte de financiamento para estudos em inovação tecnológica. Foi anunciada nesta quinta-feira, durante a reunião do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, no Palácio do Planalto, a criação de um fundo para a área. O Funtec será abastecido e administrado em uma parceira entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Financiamento de Estudos e Projetos (Finep).
Está prevista a aplicação de até 10% do lucro líquido do banco em projetos considerados prioritários para o governo federal. Para este ano, o índice representa um investimento de R$ 180 milhões. A porcentagem repassada será mantida nos próximos anos desde que não ultrapasse 0,5% do patrimônio líquido do BNDES.
"Pesquisadores de área como espacial, fármacos, nuclear, mar, petróleo, semicondutores e softwares devem procurar a Finep para conseguir o financiamento, que poderá ser até em fundo perdido. Além das universidades, as empresas também podem se candidatar", explicou o ministro Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, após a reunião do Conselho, que foi coordenada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Os projetos financiados pelo Funtec serão acompanhados pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). Queremos a garantia de que esse recurso será bem aplicado."
De acordo com Campos, a reunião do Conselho também serviu para a apresentação de um levantamento sobre o aumento dos investimentos da administração direta em ciência e tecnologia. O estudo mostra que, entre 2003 e 2004, houve um acréscimo de 11,6% nas verbas repassados para a área – o que representa cerca de R$ 300 milhões em valores absolutos. Nos próximos meses, será feito um levantamento dos investimentos das empresas e pelos estados, que contará com a participação da Receita Federal.