Brasília, 6/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - A bióloga brasileira Neiva Guedes, recebe amanhã, do Príncipe Bernhard, da República dos Países Baixos, o título de dama integrante da Ordem da Arca Dourada (Golden Ark Knighthood), no palácio de Soestdijk, na Holanda. O título foi concedido em reconhecimento ao trabalho de conservação da arara-azul grande (Anodorynchus hyacinthinus), desenvolvido há 14 anos no Pantanal em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
A Ordem foi criada em 1971, pelo Príncipe Bernhard, para reconhecer os esforços de ambientalistas e cientistas na conservação dos recursos naturais em todo o mundo. Até hoje, mais de 350 pessoas de todos os continentes receberam a honraria, considerada o maior prêmio ambiental da Holanda. Neiva Guedes é a primeira brasileira a recebê-la. Ela foi indicada para obter a distinção pelo WWF-Holanda, que financia o projeto de conservação desenvolvido em parceria com o WWF-Brasil no Pantanal.
Hoje, o número estimado de araras-azuis na natureza é de 6.500 indivíduos, sendo que, segundo o Projeto Arara Azul, 4.800 estão no Pantanal e estima-se que existam entre 150 e 200 nas porções boliviana e paraguaia do Pantanal. Na região conhecida como Gerais - Piauí, Maranhão, Bahia e Tocantins - os cientistas estimam a existência de 800 a 1.000 araras-azuis. Na região Norte, a previsão é de que apenas 500 permaneçam livres.
Nos anos 80, porém, havia apenas 1.500 araras-azuis no Pantanal. A situação na natureza só começou a mudar em 1990, quando se iniciaram os primeiros estudos da espécie por Neiva Guedes no Pantanal Sul-Matogrossense. Desde então, o projeto Arara Azul monitorou mais de 5 mil indivíduos e anilhou cerca de 850 filhotes a partir da sua sede, na Fazenda Caiman (Miranda, MS). Além disso, mais de 485 ninhos artificiais e naturais são monitorados periodicamente pela equipe do projeto em 42 fazendas - uma área de 400 mil hectares. Isso representa uma possibilidade concreta de conservação da espécie. (Ascom WWF-Brasil)