Brasília, 06/05/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu hoje de presidentes de partidos aliados do governo críticas à política econômica do governo. O presidente reiterou o seu objetivo de promover o crescimento no país, gerar empregos e reduzir as taxas de juros.
Na primeira reunião do Conselho Político, que durou hoje cerca de três horas e reuniu os presidentes de partidos da base aliada, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, reafirmou que pretende manter os rumos da atual política econômica para alcançar os objetivos desejados pelo presidente Lula.
Segundo o ministro de Coordenação Política, Aldo Rebelo, todos os presidentes de partidos terão no Conselho espaço para debater e, inclusive, criticar medidas adotadas pelo governo. "O governo e o presidente recebem as críticas de qualquer setor com espírito democrático e humildade. O governo deve ter esse espírito para recolher as críticas", ressaltou.
Ele garantiu que as sugestões feitas pelo presidente do PPS, Roberto Freire (PE), que prometeu apresentar um documento com várias críticas à política econômica do governo, serão bem recebidas no Executivo. "O deputado é presidente de um partido que integra o governo. Ele tem toda a liberdade de expressão e opinião. E essa liberdade inclui a opinião dele sobre a política econômica", disse.
Aldo Rebelo garantiu que o Conselho não discutiu o salário mínimo e o arquivamento da Medida Provisória que proibia o funcionamento das casas de bingos no país. Os temas da reunião do Conselho, segundo o ministro, foram as várias ações do governo em andamento nas áreas econômica, social, externa e ambiental. "Não houve tema específico. Falamos sobre vários", disse.
Além do Conselho Político, o ministro afirmou que o governo vai continuar utilizando outros instrumentos para negociar com os parlamentares aliados, como as reuniões com líderes e bancadas de partidos. "O Conselho é apenas uma instância que democratiza o diálogo e a troca de opiniões".
O ministro evitou comentar a posição do governo sobre a proposta de reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado Federal. Para Aldo Rebelo, o Palácio do Planalto não tem porquê se manifestar sobre este assunto. "Quando a Câmara e o Senado discutem reeleição, é prudente que o Poder Executivo não interfira nem interceda. Isso é importante para uma convivência harmônica", disse.