Rio, 20/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - A presidente da TVE – Rede Brasil, Beth Carmona, coordenadora da 4ª Cúpula Mundial de Mídia para Crianças e Adolescentes, disse , durante o evento, que provocar a movimentação e a conscientização da responsabilidade que a mídia tem sobre a formação dos jovens já justifica a realização da 4ª Cúpula.
Segundo ela, um dos temas do encontro - o "Desafio de Produzir Mídia de Qualidade para Locais em Conflitos Políticos, Religiosos e Étnicos" - ao ser debatido em uma cúpula mundial faz com que países dos hemisférios norte e sul aprendam a importância de se formar uma sociedade e uma futura geração mais equilibrada. " Na verdade, eu acho que conflitos e situações sociais complicadas não são privilégio dos países do sul do continente", declarou, argumentando que essas questões devem ser trabalhadas através da tolerância e os valores podem ser passados pela mídia através do entretenimento , do drama e da telenovela.
Beth Carmona comentou que a televisão, principalmente a tv comercial, sempre confinou, de uma certa forma, os programas infantis ao período da manhã quando, na verdade, os jovens estão expostos à mídia a todo momento. "É quase um fator de educação junto com a família e com a escola. O número de horas que se passa frente a esses meios é muito grande por isso é grande a responsabilidade de uma TV pública e de uma rede educativa, como no caso brasileiro, para que essa questão seja sempre levantada", afirmou.
A presidente da TVE - Rede Brasil explicou que é difícil se falar em uma tendência mundial de mídia para jovens. Explicou que o sistema de tele - radiodifusão no mundo é diferenciando: enquanto a Europa nasceu com a consciência de que a TV deveria ser pública e hoje enfrenta a situação da tv privada invadindo o espaço da tv pública, o histórico da América Latina é o contrário, " Nós nascemos no meio de uma tv comercial, voltada para o consumo e para preocupações com a audiência e a tv pública veio a aparecer o início da década de 70". Mas para Beth Carmona se depender de uma parte dos profissionais que fazem a mídia, dos telespectadores e ouvintes essa situação pode mudar.
