Brasília, 20/4/2004 (Agência Brasil - ABr) - A Dívida Pública Mobiliária (em títulos) Federal interna (DPMFi) aumentou, em março, 2,25% na comparação com o mês anterior, passando para R$ 759,9 bilhões. Esses papéis podem ser trocados ou renegociados periodicamente, dependendo do interesse do governo ou dos investidores. Os números, que constam do relatório divulgado hoje, mostram que o novo aumento se deu, principalmente, devido aos juros e à emissão líquida a mais de títulos no valor de R$ 6,1 bilhões.
Segundo informou o coordenador da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Paulo Valle, foi necessário acrescentar R$ 6,1 bilhões no mês em títulos para aliviar os meses de abril e maio, que concentram os maiores vencimentos de papéis. "É uma estratégia do Tesouro, porque nos meses que têm baixos vencimentos de títulos, você capta mais do que está vencendo e fica mais tranqüilo depois", disse Valle para justificar as emissões.
A participação de títulos prefixados na dívida continua sendo favorável para o governo e foi a maior desde novembro de 2000, alcançando 15,4%, ante 13,6% em fevereiro e permaneceu compatível com o objetivo traçado pelo governo para 2004. Para o coordenador, mesmo tendo sido resgatados pelo governo antecipadamente R$ 2,6 bilhões dos títulos com vencimento em abril, a emissão líquida de títulos prefixados, em março, chegou a R$ 14,4 bilhões.
A parcela da dívida interna do governo federal corrigida por moeda estrangeira, sem swap (operações com o objetivo de criar algum tipo de proteção), caiu de 10,2% para 9,2% em março, devido ao resgate líquido de R$ 5,8 bilhões em títulos e ao efeito da desvalorização do Real.
Considerando-se as operações de swap, a parcela da dívida com exposição cambial registrou queda de 19% para 17,7% (a menor desde dezembro de 99). A exposição à moeda estrangeira diminuiu R$ 6,8 bilhões, em decorrência, principalmente, ao resgate líquido de títulos no valor de R$ 7,9 bilhões.
No mês de março, houve vencimentos de Notas do Banco Central (NBCE) e de Notas do Tesouro Nacional (NTN-D), ambas corrigidas pelo dólar, num total de US$ 2 bilhões e de swaps cambiais no montante de US$ 700 milhões.
O prazo médio de emissão dos títulos do governo federal caiu de 30,7 meses para 30 meses (o pior desde dezembro de 2000) e as instituições nacionais representaram 77,9% do valor das vendas de títulos públicos federais ofertados em leilão.