Governo quer que população coma mais peixe

08/04/2004 - 17h56

Andréia Araújo e Artur Cavalcante
Repórteres da Agência Brasil

Brasília - Consumidores estão escolhendo peixe, uma das tradições da Semana Santa, em função do preço. O valor do peixe este ano variou de R$ 7 a R$ 20 e do bacalhau também bastante consumido nesta época, chegou a R$ 65.

O preço está assustando parte dos consumidores que está deixando de comprar ou comprando em menores quantidades, como é o caso da dona de casa Cláudia dos Santos. "Eu vim comprar o bacalhau, mas está R$ 65 o quilo. Fora da realidade! Estou procurando um peixe mais em conta, com certeza bacalhau eu não vou levar", disse.

Diana Maria Reis de Almeida trabalha como vendedora de roupas na Feira do Guará. Ela diz evitar o consumo de peixe por conta do alto custo. "Peixe é muito bom, faz bem para a saúde. Se a gente pudesse, comia direto, até deixaria a carne de lado, mas é muito caro".

Os pescadores alegam que o alto preço é devido principalmente à grande quantidade de intermediários que levam o peixe até a mesa do consumidor. O presidente da Associação dos Maricultures e Pescadores de Santa Catarina, Marcus Massau alegou que se houvesse incentivo do governo o preço poderia abaixar até 50%.

Campanha

O subsecretário de Desenvolvimento de Aqüicultura e Pesca, Célio Antônio, esteve hoje na Feira do Guará, no Distrito Federal, para lançar a Campanha Nacional de Incentivo ao Consumo de Pescado. Com o slogan "todo dia é dia de peixe", a campanha objetiva tornar o peixe mais freqüente nas mesas brasileiras.

"Nós queremos incentivar a população para que, pelo menos um dia na semana, consuma pescado", explicou o subsecretário. Para contornar os altos preços de mercado do peixe, ele sugere a procura pelas espécies pesqueiras mais baratas. "A máxima é dizer que o peixe é saudável, ele tem benefícios para a população e deve ser consumido com regularidade", finaliza Célio Antônio.

No programa ainda existe um esforço de incentivar produções locais, eliminando intermediários e custos. Estimulando a criação do peixe em grandes lagos, pretende-se diminuir a distância entre o peixe e o consumidor, bem como os preços. Cerca de R$ 4 milhões serão investidos em cadeias produtivas, para incentivar unidades demonstrativas.