Brasília - Os líderes dos partidos da base aliada reuniram-se hoje com o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, para tratar da votação das cinco Medidas Provisórias que estão trancando a pauta de votações da Câmara. Segundo o líder do governo na Câmara, deputado Professor Luizinho(PT-SP), também na reunião, no Palácio do Planalto, os líderes fizeram com o ministro uma avaliação sobre a chamada PEC Paralela da reforma da Previdência, principalmente na questão do subteto salarial.
O líder governista criticou o acordo do subteto salarial do serviço público feito no Senado. Admitiu que pode ter havido pressão para colocar esse dispositivo na proposta. Ele entende que a manutenção da proposta irá desorganizar o caixa e permitir os altos salários.
Na próxima terça-feira, os lideres da base vão se reunir com o relator da reforma da Previdência, deputado José Pimentel (PT-CE), para saberem exatamente o que prevê o acordo feito no Senado. De acordo com o líder do PT, deputado Arlindo Chinaglia (SP), a intenção dessa reunião "é clarear o que foi realmente acertado".
Chinaglia disse que será feita uma avaliação do acordo entre as duas Casas em torno da PEC Paralela, sobretudo em relação ao teto e subteto salarial. Ele afirmou que ninguém sabe ao certo o que foi acordado. De acordo com ele, entre os pontos que serão alterados está o que prevê tetos salariais. Chinaglia lembrou que "um dos elementos centrais da reforma é acabar com as aposentadorias milionárias. E disso, a bancada do PT não vai abrir mão".
O deputado Professor Luizinho informou que, na próxima semana, o governo vai priorizar a votação das MPs que trancam a pauta. Segundo ele, a mais dificil é a que regulamenta dispositivos da reforma da Previdência. Ele acredita que na terça-feira será fechado acordo para votação dessa MP e também das outras que trancam a pauta.
Em relação ao aumento do salário mínimo, o líder governista informou que ainda não tem uma definição da data que será anunciado, nem do valor. Segundo ele, o reajuste será maior que a inflação. "Apesar dos índices de reajustes não serem tão altos como gostaríamos, ele vem sendo acima da inflação", disse Luizinho.
O professor Luizinho voltou a criticar a decisão da oposição de obstruir os trabalhos até que seja definido o valor do salário mínimo. "É estranho. Não soa bem para o país que a oposição nos entregou com um salário mínimo de US$ 56, o menor valor real da última década", disse.