Curitiba - O Tribunal de Justiça do Paraná concedeu ontem, por volta das 22 horas, habeas corpus para o ex-secretário de Governo de Jaime Lerner, José Cid Campêlo Filho, o ex-secretário da Fazenda e ex-presidente da Copel, Ingo Hübert, e os ex-gerentes da empresa, César Bordin e Sérgio Molinari, presos em Curitiba, acusados de peculato, lavagem de dinheiro, apropriação indevida e formação de quadrilha, e por transações ilícitas que teriam sido realizadas em setembro de 2002 entre a empresa de eletricidade Copel e a Associação dos Diplomados da Faculdade de Administração e Economia da USP (Adifea).
Pelo mesmo crime, em São Paulo, foram e ainda estão presos, José Guilherme Hausner e Harad Bernhart, diretores da Adifea; no Rio de Janeiro, foi preso Rogério Figueiredo Vieira, funcionário do DRT, proprietário de uma empresa de informática envolvida no caso; em Porto Alegre, foi preso o empresário Antônio Pinheiro Sampaio Meneses. Os advogados de todos eles devem entrar hoje com pedido no Tribunal de Justiça para que a decisão do desembargador que concedeu habeas corpus aos outros acusados seja estendida também para eles.
A denúncia criminal e a denúncia por improbidade administrativa contra os supostos envolvidos na viabilização de um contrato entre a Copel e a Adife a foi protocolada ontem pelo Ministério Publico do Paraná, com 15 pessoas denunciadas.
Em 2002 a Copel queria descontar do ICMS pago ao governo do estado, uma dívida de serviços de energia calculada em R$ 168 milhões. Para isso, contratou os serviços de consultoria da Adifea. O negócio não foi concretizado mas, mesmo assim, foi encontrado um pagamento no valor de R$ 16,8 milhões em nome da Adifea.
O dinheiro teria sido transferido, em três parcelas, para a conta da empresa de consultoria Embracom, com sede em Curitiba. O Ministério Público investiga ainda um possível crime de evasão de divisas, já que este dinheiro pode ter sido trocado por dólares, por intermedio do doleiro Alberto Youssef.
Lúcia Nórcio