Em alusão à Páscoa, petistas pedem mudança na economia, mas não discutem saída de Palocci

07/04/2004 - 18h40

Brasília - "Carta da Páscoa - Antes que seja tarde: Mudança Já": esse é o título do documento divulgado hoje por 15 deputados federais do PT que se dizem insatisfeitos com os rumos da política econômica do governo. No documento, de 27 itens, os petistas da chamada "ala rebelde" pedem a redução da taxa de juros, a flexibilização das metas inflacionárias e a diminuição do superávit primário, dinheiro que o governo, por compromisso com o Fundo Monetário Internacional, economiza para o pagamento das dívidas públicas brasileiras - atualmente estabelecido em 4,25% do Produto Interno Bruto do país por ano.

No documento, os petistas cobram a implementação dos programas sociais prometidos durante a campanha presidencial. Segundo eles, isso só será possível se houver mais dinheiro em caixa. De acordo com o deputado Chico Alencar(PT-RJ), um dos parlamentares do grupo dos 15, "é inaceitável que R$ 10 bilhões sejam destinados ao pagamento da dívida e não distribuídos entre os ministérios. Não é a política do PT", afirmou, ao se referir a execução orçamentária de 2003.

Segundo o deputado Paulo Ruben Santiago(PT/PE), o grupo quer que o debate sobre a política econômica ocorra dentro da bancada e garante que ninguém está pedindo a saída do ministro da Fazenda, Antônio Palocci. "Não estamos discutindo a substituição de ministro A, B ou C".

Os parlamentares que participaram da entrevista à imprensa, na tarde de hoje, garantiram que as reivindicações constantes da Carta da Páscoa vão ser levadas à reunião do Diretório Nacional do partido, marcada para os dias 17 e 18 de abril. O documento divulgado hoje é a síntese das propostas oriundas do seminário "Queremos um outro Brasil", organizado pelos 15 deputados em São Paulo, no último dia 21 de março. Segundo os parlamentares, o documento foi protocolado hoje junto à liderança do governo, à liderança do PT e no Diretório Nacional do partido.

Iolando Lourenço