Pedro Malavolta
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O país perde com o adiamento da Área de Livre Comércio (Alca) porque está num momento bom, com equilíbrio econômico e boa competitividade. Essa é a opinião do ministro do Desenvolvimento industria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, em entrevista coletiva durante seminário sobre perspectivas para os agronegócios, organizado pela Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) e pelo Ministério da Agricultura, hoje em São Paulo.
Para Furlan, "a formação do grupo dos 15 países em torno dos Estados Unidos criou uma divisão dentro da Alca. Mas temos que reconhecer que, por princípio, a negociação da Alca é desigual". Segundo ele, enquanto os EUA concentram 80% da economia da região, 23 dos 34 países representam só 1,3% do PIB da Região. "Em alguns casos os interesses são extremamente conflitantes, diferente de outras negociações como a do Pacto Andino com o Mercosul, do Mercosul com a África do Sul e Índia".
"A possibilidade da Alca em 2005 está se reduzindo a cada dia". Para ele, os dois co-presidentes (Brasil e EUA) "deveriam ter um maior empenho para cumprir suas missões". O ministro também questionou a proposta dos EUA de atrelar as negociações da Alca à OMC, porque não está claro quando e se haverá reunião dos ministros da OMC.
Ao ser questionado sobre as negociações do Mercosul com a União Européia, Furlan respondeu que "ela caminha no seu ritmo normal". Já há um cronograma de cinco reuniões entre os ministros dos dois blocos para este ano, e em outubro será reunião final que deverá fechar o acordo.
Furlan também não acredita que a discussão sobre a vistoria da Agência Internacional de Energia Nuclear na usina de enriquecimento de Urânio irá afetar o comércio exterior do Brasil.