Representação sindical no local de trabalho pode prejudicar empregador, diz vice da Fiesp

29/03/2004 - 15h55

Pedro Malavolta
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Nildo Masini, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), disse que a representação sindical no local de trabalho pode ser prejudicial para os empregadores. A declaração foi feita em debate sobre a reforma sindical organizado pela Rádio CBN, pelo Jornal Diário de São Paulo e pela Força Sindical, no Palácio do Trabalhador em São Paulo.

Para Masini, se o representante não precisar trabalhar, como os demais diretores de sindicatos, "pode significar um grande custo para as médias e pequenas empresas. Além disso, segundo ele, caso as funções não sejam muito claras, o representante local pode acabar "querendo mandar na fábrica".

O empresário disse que, para gerar empregos, é preciso investimento. Masini acrescentou que, se o empregador não conseguir que "seu capital tenha uma boa taxa de lucro, ele aplica seu dinheiro no mercado financeiro e fica em casa dormindo sem gerar emprego nenhum".

Paulo Pereira da Silva, da Força Sindical, também presente ao evento, rebateu a crítica. Declarou que a representação no local de trabalho não será para mandar na fábrica e que pode até reduzir custos, evitando processos e até greves.

O ministro do Trabalho e Emprego, Ricardo Berzoini, também se mostrou favorável a essa estrutura durante o debate. Berzoini disse que começou sua carreira política como representante sindical local em um banco e que as representações locais de algumas fábricas do ABC são consideradas exemplos de gestão para fábricas em todo o mundo.

Nildo Masini pediu que o governo não mande agora a proposta de reforma sindical para o Congresso Nacional. Segundo ele, ainda é necessário discutir a reforma nas instâncias de base dos sindicatos patronais e de trabalhadores.

Durante todo o debate, Masini demonstrou que a Fiesp tem restrições à atual proposta do Fórum Nacional do Trabalho (FNT) para a Reforma Sindical, que deverá ser encaminhada ao Congresso no próximo mês. O FNT é composto por representantes das centrais sindicais, das entidades patronais e do governo.