Ministro admite que há cultura do denuncismo inconseqüente

29/03/2004 - 14h14

Rio, 29/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O corregedor-geral da República, ministro Waldir Pires, admite que há uma área do país dedicada ao denuncismo absolutamente inconseqüente, sobretudo, para os objetivos essenciais. Ao comentar o caso Waldomiro Diniz, lembra que o governo demitiu o funcionário três horas depois de tomar conhecimento de que ele não merecia confiança, instaurou inquérito policial e convocou o Ministério Público.

Pires afirma que as instituições democráticas têm que ser defendidas. "Do contrário, ninguém mais acredita nelas". Ele defende as comissões parlamentares de Inquérito como um instrumento da oposição que deve ser respeitado, mas que não deve ser usado como rotina, principalmente quando o governo cumpre a Lei.

"Essa posição tem que ser estimulada e acompanhada pela sociedade vigilante, e o Waldomiro terá que ser punido até o fim. Agora, não se pode transformar isto em uma crise de governo. Isso é uma manipulação, e o nosso dever é resistir e fazer com que o povo passe a acreditar nas instituições democráticas e a defendê-las", adverte.

O corregedor participou do seminário "Olhar Sobre 1964", promovido pelo Jornal do Brasil, com o apoio da Eletrobrás, no auditório do prédio anexo da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Waldir Pires faz uma análise sobre o passado e o presente. Diz que em 64 o povo não defendeu a democracia porque a democracia sempre foi excludente, de poucos, e o povo não a amava. "Nós temos que fazer com que ela seja respeitável para o povo querê-la, amá-la e defendê-la", afirma.