Rio, 29/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O cenário interno do país mudou, houve aumento da eficiência produtiva das refinarias que, aliada à queda do consumo interno, reduziu a necessidade de que se construa de imediato novas refinarias no país. A avaliação foi feita nesta segunda-feira, à Agência Brasil, pelo diretor de Abastecimento da Petrobras, Rogério Manso.
Segundo ele, as estimativas de que seria necessária a construção de duas a três novas refinarias no país para fazer frente ao aumento crescente do consumo já estão defasadas e levavam em conta um cenário que não mais existe.
Essas estimativas, que fazem parte de um estudo encomendado pela ANP, levavam em conta dados de uma época em que o consumo crescia na ordem de 10% ao ano, entre 1994 e 1998.
"Hoje o cenário é outro. Houve a entrada com força, no mercado, do gás natural, que substituiu em grande parte ao GLP, à gasolina e até mesmo o óleo combustível. O consumo de derivados chegou mesmo a acusar retração e a crescente demanda não se configurou com uma tendência duradoura".
Paralelamente a essa alteração de cenário, lembra Manso, a Petrobras vem disponibilizando novos produtos, aumentando a sua capacidade e a eficiência de seus produtos (e do refino); unidades de tratamento e de conversão estão sendo implantadas.
Ele cita como exemplo as unidades de coques que estão sendo inauguradas em algumas das refinarias da companhia: com estas unidades, o óleo combustível que era exportado acabou sendo transformado em outros produtos que nós, até então, éramos obrigados a importar.