Rio, 21/3/2004 (Agência Brasil - ABR) - Os resultados preliminares do I Censo da Indústria Têxtil e de Confecções de Nova Friburgo, mostram que das 543 confecções existentes nos cinco municípios do Pólo Industrial de Moda Íntima de Friburgo -- que responde por 25% da produção nacional de lingeries e emprega 20 mil pessoas -- 345 são empresas formais, o que representa 64% do total consultado. A maioria das micro e pequenas empresas da região tem menos de 50 empregados e faturamento médio menor que R$244 mil.
Iniciado em novembro do ano passado pelo Sebrae/RJ e pelo Instituto de Economia da UFRJ, o Censo mostra que o número de empresas daquele distrito industrial tem crescido bem, num sinal de dinamismo do Pólo, apesar do contexto recessivo nacional, conforme avaliou a professora Lia Hasenclever, coordenadora do estudo. Nos últimos 10 anos foram fundadas 407 das 543 empresas consultadas (cerca de 75%), revelou.
Segundo afirmou a professora da UFRJ, o Censo definiu até o momento dois grupos distintos de empresas na região: um grupo menor, de empresas mais modernas, preocupadas com treinamento gerencial e técnico profissional, com uso de "design" externo dos produtos; e outro grupo, menos homogêneo, com padrões de comportamento mais antiquados, máquinas dispostas em linha e manutenção preventiva.
A maior parte das 543 confecções pesquisadas (97,2% do total) possui menos de 50 empregados, com forte concentração das empresas informais com , no máximo, 9 funcionários, alcançando 96,5%, contra 45,2% nas empresas formais. A média mensal de produção chega a 14.785 peças, que são vendidas por encomenda.
Lia Hasenclever afirmou que os técnicos das duas entidades vão focalizar uma ação específica para acesso ao crédito, e vão criar um serviço jurídico e de contabilidade para assessorar as empresas nas condições financianceiras. A pesquisa total, segundo ela, tem custo de R$100 mil, e o diagnóstico final da Indústria Têxtil e de Confecções de Nova Friburgo será conhecido em maio.(Alana Gandra)