Brasil participa de reunião do Fundo Global para ampliar o tratamento da aids

17/03/2004 - 18h34

Brasília, 17/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O Brasil está discutindo em Genebra, na Suíça, alternativas para ampliar o tratamento da aids nos países subdesenvolvidos. Trata-se da reunião do Fundo Global de Combate a Aids, Tuberculose e Malária, entidade que distribui doações de países ricos às nações mais pobres para o combate a essas doenças.

O diretor do Programa Nacional de DST/Aids do Brasil, Alexandre Grangeiro, que participa do encontro, afirmou que o Brasil defenderá a importação de remédios genéricos para garantir o tratamento das três epidemias no mundo. "A resposta brasileira provou nesses anos todos que a adoção de uma política de genéricos com qualidade tem vários benefícios", disse.

No Brasil, dados do Programa Nacional de DST/Aids apontam que a adoção da política dos genéricos reduziu em 70% os custos com o tratamento da doença. A economia gerada aumentou o acesso de pessoas vivendo com aids aos medicamentos anti-retrovirais.

Segundo Grangeiro, estima-se em cinco milhões de pessoas o número de pacientes no mundo inteiro que necessitam de medicamentos para a aids. No entanto, menos de 500 mil têm acesso a esses remédios.

Uma outra proposta a ser apresentada pelo Brasil será a inclusão de países da América Latina com renda média alta mas que ainda não possuem ações específicas para enfrentar as doenças como possíveis beneficiários do Fundo. Atualmente, somente os países classificados pelo Banco Mundial como pobres e os de pequena e média renda podem se candidatar a receber os recursos do Fundo.

Este ano serão distribuídos US$ 900 milhões, doados principalmente pelos Estados Unidos e União Européia. Os países interessados em receber apoio financeiro devem encaminhar para o Fundo até o dia 5 de abril projetos com ações de prevenção, assistência e aprimoramento do processo de gestão de aids, tuberculose ou malária.

Do total de recursos que serão distribuídos, 60% serão destinados a combater a aids. Os países que mais receberão dinheiro são os da África Subsaariana e Ásia.