União Brasileira de Avicultura alerta sobre prejuízos caso a gripe do frango chegue ao país

05/03/2004 - 17h49

Brasília, 5/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - Os reflexos de uma possível entrada da influenza aviária (conhecida como gripe do frango) no Brasil geraria perdas significativas ao país e seus produtores. A conclusão é da União Brasileira de Avicultura (UBA).

A entidade destaca que o Brasil precisa intensificar as ações de controle da doença. Segundo a UBA, o país poderia ficar de seis a oito meses impedido de exportar, caso aves brasileiras sejam contaminadas. No mercado interno o reflexo seria a redução do consumo e o aumento da oferta devido à queda das exportações e recuo no consumo.

Para o diretor-executivo da UBA, Clóvis Pulperi, a iniciativa privada e o governo estão tomando as medias necessárias para evitar a entrada do vírus, mas é necessário cuidado. "É um custo que não podemos arcar. Então é melhor tomar as medidas", afirmou o diretor executivo da UBA.

As medidas de controle foram discutidas hoje por técnicos do governo e da iniciativa privada, reunidos em Campinas (SP). "Temos de investir no controle migratória das aves, por meio da realização de testes de sorologia dessas aves", disse Pulperi. Outra medida é evitar o contato das aves industriais com as aves migratórias. Isto porque essas aves podem transmitir o vírus. "É necessário também intensificar o controle nos aeroportos e melhorar o cadastro das granjas", reforçou o especialista.

Outra proposta é a criação de um fundo de indenização para os casos de perdas da produção, causada por uma possível entrada do vírus. "É importante evitar também o trânsito de aves vivas entre estados e investir no treinamento de grupos de ação que poderiam agir com rapidez, em caso de suspeita de vírus", acrescentou Pulperi.

Os técnicos também discutiram a necessidade de habilitar e credenciar mais laboratórios capazes de realizar o teste sorológico. Atualmente, somente dois laboratórios brasileiros estão aptos.

O Brasil exportou em 2003 cerca de US$ 2 bilhões em produtos avícolas e alcançou o maior valor mundial em exportações. A produção de aves representa 2% do Produto Interno Bruto (PIB) e 25% da produção é destinada ao exterior.