Técnicas de melhoramento aumentam rendimento da soja

05/03/2004 - 17h38

Brasília, 5/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - O manejo correto da soja pode resultar em rendimentos de até 7 mil quilos por hectare (kg/ha), contudo a produtividade média nas lavouras nacionais se mantém em 2.800 kg/ha. Nas últimas quatro décadas, as técnicas de melhoramento da cultura têm resultado num crescimento de 25 kg/ha ao ano, um rendimento que depende tanto da pesquisa quanto do ambiente. Ações em busca da alta produtividade na soja foram alvo das discussões do III Congresso Brasileiro da Soja, que se realiza esta semana em Foz do Iguaçu (PR).

"O principal papel da pesquisa é desenvolver cultivares com boa produtividade de grãos, de ampla adaptação e que apresentem estabilidade na produção". A avaliação é do melhorista da Embrapa Soja, Carlos Arrabal Arias, considerando que o rendimento das lavouras ultrapassa a genética, afetado pelas técnicas de manejo e as condições de ambiente.

"Aspectos como condições climáticas, controle de pragas, adubação, rotação de culturas, entre outros, acabam definindo o rendimento da soja. Cabe ao produtor conhecer o comportamento das variedades em relação aos estresses bióticos (pragas, doenças) e abióticos (clima, solo), as indicações do ciclo de maturação e o histórico de desempenho da cultura na área em cultivo. Mas uma coisa é certa, lavouras com altos índices de produtividade não ocorrem todos os anos", diz Arias.

Para o professor José Antônio Costa, da UFRGS, o agricultor precisa estabelecer a produtividade a que se pode chegar numa determinada área. "Antes de mais nada, é preciso levantar o histórico da área, identificando a média de produção e os fatores de estresses que possam causar a redução no rendimento". Para otimizar a produção, ele recomenda o mapeamento e o monitoramento constante da lavoura, registrando numa tabela todo tipo de informações que consideram desde o espaçamento das plantas até o comprimento dos ramos, estatura ou número de flores. "A disponibilidade de água é um fator muito restritivo à cultura da soja. A estiagem resulta na dificuldade da planta fixar nitrogênio, então não adianta aplicar nitrogênio sem suprir a demanda de água", explica Costa. (Ascom Embrapa)