Tarso Genro defende controle externo para as universidades

05/03/2004 - 17h06

Rio, 5/3/2004 (Agência Brasil - ABr) - A instalação de um controle externo de caráter consultivo e indutor, para que as universidades não se encerrem numa redoma, foi defendida hoje pelo ministro da Educação, Tarso Genro, no Fórum de Reitores do Estado do Rio de Janeiro, na Universidade Cândido Mendes.

Embora não seja uma proposta do governo, o ministro posicionou-se pessoalmente favorável à efetivação desse controle externo. "Eu sou um fanático do controle externo. Sou, juntamente com meu companheiro Olívio Dutra (ministro das Cidades), um dos fundadores do orçamento participativo em Porto Alegre. Esse modelo de gestão funcionou como o controle externo da sociedade organizada sobre aquilo que é o nervo exposto do poder, que é o orçamento. E deu certo. Portanto, eu acho que é uma coisa boa. Nós temos de enriquecer aquilo que é o espaço público não estatal. Ou seja, a sociedade civil organizada quando arremete sobre o estado não está tratando dos seus interesses privados. Está tratando de transformar os interesses da sociedade em interesse público. Essa é a chave da questão".

Genro informou que a idéia está sendo discutida no processo de reforma universitária e pode ser viabilizada por meio da criação de um conselho consultivo que tenha a capacidade de ajudar na orientação da universidade. Esse conselho seria composto majoritariamente pela sociedade civil.

"Isso é bom para a sociedade porque passa a interferir na universidade que é sua. E é bom para a universidade porque a ajuda a fazer uma permanente autocrítica do corporativismo, que é o ponto de partida da democracia", defendeu.